quinta-feira, 6 de junho de 2013

FICHAMENTO DO CAPÍTULO: Sociologia e teoria crítica do currículo: Uma introdução. (cap. 1)



Tipo: LIVRO

Assunto / tema: Educação. Política. Sociologia. Ideologia. Currículo.

Referência Bibliográfica: Sociologia e teoria crítica do currículo: uma introdução. In: MOREIRA, A. F.; SILVA, T. T. Currículo, Cultura e Sociedade. 10ed. São Paulo:Cortez, 2008.

 

Resumo / conteúdo de interesse:


O capítulo trata dos principais pontos das origens da tradição crítica e sociológica do currículo trazendo um pouco de sua história em um primeiro momento, e, em seguida faz uma análise da forma como ela se apresenta hoje. Surgem então duas tendências curriculares entre as décadas de 20 e início dos anos 70: escolanovismo de Dewey e Kilpatrick que valorizava os interesse do aluno e o tecnicismo de Bobbitt que pregava a construção de um currículo que desenvolva aspectos desejáveis da personalidade humana sendo esta prática altamente controlada pelo professor. Na primeira parte do texto os autores tratam da preocupação em racionalizar, sistematizar e controlar a escola e o currículo. Para melhor ilustrar o currículo como instrumento de controle social, o texto traz o contexto histórico norte americano de quando surgiram os estudos sobre currículo onde, após uma guerra civil, ocorreu uma reestruturação na economia e na sociedade. A economia passou a ser dominada pelo capital industrial e pelos monopólios complexando assim os processos de produção a partir do surgimento de uma demanda por maiores instalações e mais empregados. Em relação à questão social ocorreu um aumento da imigração em decorrência da industrialização e urbanização através de um êxodo rural. Dessa forma passou a escola a ser o principal meio de transmissão de costumes e valores qualificando e especializando os imigrantes para a vida profissional. Eles buscavam adaptar a escola e o currículo à nova ordem capitalista vigente. Depois disso ocorreram a ênfase estruturalista, ou seja, ênfase na estrutura organizacional e a contracultura com o movimento hippie onde a escola passou a ser criticada. Com o presidente Nixon houve um retorno à eficiência e a produtividade. A partir de 1973 surgem duas tendências: a teoria crítica e a hermenêutica. Na segunda parte do texto os autores defendem um estudo das relações entre currículo e ideologia propondo a partir de Althusser uma ruptura com a noção neoliberal de uma escola ideologicamente neutra. Contudo, ocorre posteriormente uma crítica à obra devido a uma percepção restrita de ideologia como falsa consciência. Surge então a proposta de uma ampliação do conceito de ideologia como sendo essencial à luta de classes questionando então a quem ela beneficia e não mais ao fato de corresponder ou não a realidade. Com relação à questão do currículo e cultura o primeiro é visto como uma forma de transmitir a cultura de uma sociedade. Não existe uma cultura da sociedade unitária nem universalmente aceita, a cultura é vista como um campo e terreno de luta onde diferentes concepções de vida social se enfrentam. Dessa forma, o texto traz de maneira clara e objetiva questões antigas e atuais sobre a teoria crítica do currículo, levando o leitor a refletir sobre as relações entre currículo e poder.

 
Citações:

 

1-    “No caso especifico do currículo, a intenção central era identificar e ajudar a eliminar os aspectos que contribuíam para restringir a liberdade dos indivíduos e dos diversos grupos sociais.” (pag. 15)

 
2-   “O currículo é, assim, um terreno de produção e de política cultural, no qual os materiais existentes funcionam como matéria-prima de criação, recriação e, sobretudo, de contestação e transgressão.” (pag. 28)

 
3-   “Como se vê, a teorização crítica sobre currículo da qual a Sociedade do Currículo é um importante elemento, é um processo contínuo de análise e formação. A Teoria Crítica do Currículo é um movimento de constante problematização e questionamento.” (pag. 35)

  

Considerações do pesquisador (aluna):

Este texto trás a mente reflexões que vem sendo constantemente estimuladas. O papel do currículo nas escolas, as características que ela possui de acordo com o pensamento de diversos educadores, sua influência na sociedade e na construção do saber e reflexão do ser humano. Acredito que todo texto com esta amplitude de palavras e conceitos sempre serão bem vindos ao nosso entendimento e prática enquanto educadores, pois faz-nos pensar o quanto devemos manter esta constante formação profissional para o bem dos educandos.

 

Indicação da obra:

Professores e pesquisadores na área da educação.

 

 

 

 

 

 

 

 



"Severino Antônio e Katia Tavares falam sobre o papel da escola em um mundo cercado de modelos prontos, consumismo e no qual as crianças muitas vezes não são ouvidas."
 
Estes educadores falam de educar com paixão e criatividade. E é nisso que também acredito!... Devemos "aposentar" modelos antigos e redescobrir novas formas didáticas que estimulem o aluno a se tornar sujeito do seu próprio aprendizado.