Tipo: LIVRO
Assunto /
tema: Educação. Política. Sociologia. Ideologia. Currículo.
Referência
Bibliográfica: Sociologia e teoria
crítica do currículo: uma introdução. In: MOREIRA, A. F.; SILVA, T. T. Currículo, Cultura e Sociedade. 10ed. São Paulo:Cortez, 2008.
Resumo /
conteúdo de interesse:
O capítulo
trata dos principais pontos das origens da tradição crítica e sociológica do currículo
trazendo um pouco de sua história em um primeiro momento, e, em seguida faz uma análise da forma como ela se apresenta
hoje. Surgem então duas tendências curriculares entre as décadas de 20 e
início dos anos 70: escolanovismo de Dewey e Kilpatrick que valorizava
os interesse do aluno e o tecnicismo
de Bobbitt que pregava a construção de um currículo que desenvolva aspectos
desejáveis da personalidade humana sendo esta prática altamente controlada pelo
professor. Na primeira parte do texto os
autores tratam da preocupação em racionalizar, sistematizar e controlar a
escola e o currículo. Para melhor ilustrar o currículo como instrumento de
controle social, o texto traz o contexto histórico norte americano de quando
surgiram os estudos sobre currículo onde, após uma guerra civil, ocorreu uma reestruturação na economia e na sociedade. A
economia passou a ser dominada pelo capital industrial e pelos monopólios complexando
assim os processos de produção a partir do surgimento de uma demanda por
maiores instalações e mais empregados. Em relação à questão social ocorreu um
aumento da imigração em decorrência da
industrialização e urbanização através de um êxodo rural. Dessa forma passou a escola
a ser o principal meio de transmissão de costumes e valores qualificando e especializando os imigrantes para a vida
profissional. Eles buscavam adaptar a escola e o currículo à nova ordem capitalista vigente. Depois disso ocorreram a ênfase estruturalista, ou
seja, ênfase na estrutura organizacional e a contracultura com o movimento
hippie onde a escola passou a ser criticada.
Com o presidente Nixon houve um retorno à eficiência e a produtividade. A
partir de 1973 surgem duas tendências: a teoria crítica e a hermenêutica. Na segunda parte do texto os autores defendem um
estudo das relações entre currículo e ideologia propondo a partir de
Althusser uma ruptura com a noção neoliberal de uma escola ideologicamente
neutra. Contudo, ocorre posteriormente uma crítica à obra devido a uma percepção restrita de ideologia como falsa
consciência. Surge então a proposta de uma ampliação do conceito de
ideologia como sendo essencial à luta de classes questionando então a quem ela
beneficia e não mais ao fato de corresponder ou não a realidade. Com relação à
questão do currículo e cultura o primeiro é visto como uma forma de transmitir
a cultura de uma sociedade. Não existe uma
cultura da sociedade unitária nem universalmente aceita, a cultura é vista como
um campo e terreno de luta onde diferentes concepções de vida social se enfrentam. Dessa forma, o texto
traz de maneira clara e objetiva questões antigas e atuais sobre a teoria crítica do currículo, levando o
leitor a refletir sobre as relações entre currículo e poder.
Citações:
1- “No caso especifico do currículo,
a intenção central era identificar e ajudar a eliminar os aspectos que
contribuíam para restringir a liberdade dos indivíduos e dos diversos grupos
sociais.” (pag. 15)
2- “O currículo é, assim, um terreno
de produção e de política cultural, no qual os materiais existentes funcionam
como matéria-prima de criação, recriação e, sobretudo, de contestação e
transgressão.” (pag. 28)
3- “Como se vê, a teorização crítica
sobre currículo da qual a Sociedade do Currículo é um importante elemento, é um
processo contínuo de análise e formação. A Teoria Crítica do Currículo é um
movimento de constante problematização e questionamento.” (pag. 35)
Considerações do pesquisador (aluna):
Este
texto trás a mente reflexões que vem sendo constantemente estimuladas. O papel
do currículo nas escolas, as características que ela possui de acordo com o
pensamento de diversos educadores, sua influência na sociedade e na construção
do saber e reflexão do ser humano. Acredito que todo texto com esta amplitude
de palavras e conceitos sempre serão bem vindos ao nosso entendimento e prática
enquanto educadores, pois faz-nos pensar o quanto devemos manter esta constante
formação profissional para o bem dos educandos.
Indicação da obra:
Professores
e pesquisadores na área da educação.