quinta-feira, 20 de junho de 2013

FICHAMENTO DO CAPÍTULO: A política do conhecimento oficial: faz sentido a ideia de um currículo nacional? (cap. 3)


Tipo: LIVRO  

Assunto / tema: Educação. Política. Sociologia. Ideologia. Currículo.

Referência Bibliográfica: A política do conhecimento oficial: faz sentido a ideia de um currículo nacional?. In: MOREIRA, A. F.; SILVA, T. T. Currículo, Cultura e Sociedade. 10.ed. São Paulo:Cortez, 2008.


Resumo / conteúdo de interesse:

O capítulo 3 do livro de Moreira e Silva também foi escrito por Michael W. Apple e fala sobre a ligação da educação com política da cultura, onde o currículo é visto como um produto das tensões, conflitos e concessões culturais, políticas e econômicas que organizam e desorganizam um povo. As condições econômicas e sociais que estão ligadas às diferentes classes sociais também estão presentes nas escolas, atuando como restauração conservadora, e a justificativa do autor a este conceito é que o currículo e a avaliação nacional estão perigosamente relacionados às ideologias. O texto fala ainda do currículo nacional que inicialmente foi implantando na Inglaterra e que consiste de matérias básicas e fundamentais, como a matemática, ciências, tecnologia, história, arte, música, educação física e uma língua estrangeira moderna, mas para Michael Apple é importante levantar questões para que pensemos e repensemos nas implicações que conservadorismo pode causar no neste tipo de currículo, pois a adoção de livros didáticos do Estado pode dispensar muito tempo e custo e não atingir a qualidade do ensino, este tipo de currículo citado está vinculado com projetos direitistas, mas para outros autores mais liberais citados no texto, um currículo nacional mais bem projetado seria aquele que envolveria a criação de novos exames (métodos de avaliação), com um conteúdo mais rigoroso e maior preparo dos educadores para a exigência e estímulo dos alunos. Os professores e administradores teriam de aprofundar seus conhecimentos e mudar concepções sobro o seu próprio conhecimento (em termos atuais: reciclar). Os atos de ensinar e aprender teriam de tornar-se mais ativos e inventivos, e a atenção, cooperação e participação na sala de aula torna-se algo mais frequente.  E em se tratando de Neoconservadorismo e Neoliberalismo, a nova aliança em favor da restauração conservadora inseriu a educação em um conjunto mais amplo de compromissos ideológicos. Os seus objetivos são os mesmos que orientam as suas metas para a economia e o bem-estar social. O neoliberalismo defende um Estado fraco, onde a sociedade deixa a “mão invisível” do livre mercado guiar todos os aspectos de suas interações sociais e é vista não só como eficiente, mas também como democrática. Já o neoconservadorismo, orienta-se para uma visão de Estado forte, voltado para uma política de relações de corpo, gênero, raça, padrões, valores e condutas e ao tipo de conhecimento que deve ser transmitido a futuras gerações.


Citações: 

1-“O currículo nacional possibilita a criação de um procedimento que pode supostamente dar aos consumidores escolas com “selos de qualidade” para que as “forças de livre mercado” possam operar em sua máxima abrangência.” (pag. 74)

2-“Um currículo nacional pode ser visto como um instrumento para prestação de contas, para ajudar-nos a estabelecer parâmetros a fim de que os pais possam avaliar as escolas.” (pag. 75)

3-“É possível, por exemplo, afirmar que, somente instituindo um sistema de currículo e avaliação nacionais, seremos capazes de deter a fragmentação que virá em consequência da porção neoliberal do projeto direitista.” (pag. 85)

 
Considerações do pesquisador (aluna):
Falar sobre neoliberalismo e neoconservadorismo, currículo nacional, avaliação e educação me faz pensar nas mudanças que já ocorreram e que foram positivas, mas, contudo, não foram suficientes; as desigualdades na educação ainda existem como relatadas no texto, mas muita coisa ainda tem que mudar, temos que pensar no currículo e toda sua dimensão como algo a ser colocado em prática. Temos visto que muitas são as teorias que esclarecem e tecem conceitos sobre o currículo, agora é buscar concretizar as ações educativas para a melhora da qualidade do ensino.


Indicação da obra: Professores e pesquisadores na área da educação.